Nasceu assim ninguém sabe porquê, era feliz, mas a verdade é que não tinha coração.
Era feliz, mas não tinha a capacidade de guardar coisas no peito por muito tempo, pois o buraco era tão grande, que mais tarde ou mais cedo elas acabavam por cair e se perder.
Mas o pior de tudo, eram as pessoas que o rapaz gostaria de guardar e não conseguia, e a sua vida passava assim numa estranha solidão. Mas sim, era feliz, muito feliz.
Um dia, encontrou uma pedra em forma de coração, pensou logo em coloca-lo naquele buraco imenso para substituir o coração que nunca teve.
E assim fez, mandou forrar o seu peito com velcro, e cuidadosamente colocou lá o coração de pedra, depois com um pauzinho de giz escreveu os nomes, das pessoas mais importantes da sua vida.
O seu peito ficou muito muito pesado, mas estava, feliz muito feliz.
À noite antes de dormir ele tirava o coração e guardava dentro de uma caixa de sapatos, para dormir descansado sem aquele peso todo….
quinta-feira, 19 de janeiro de 2006
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5 comentários:
Às vezes sinto-me assim...
...de coração pesado.
Mas tento ser feliz...
Agora que falas nisso chego a ficar na duvida se às vezes não será melhor ter um de pedra que de manteiga...
Adorei este teu pequeno conto.parabens
o segredo é escrever os nomes da pessoas em giz...daquele que se parte nas mãos quando começamos a escrever :-)
Gostar é realmente algo muito pesado: porque não se gosta só nos bons momentos, tem que se gostar sempre e tem que se cuidar de quem gostamos.
Mas há alturas em equaciono a mesmo possibilidade que o Luís; ia custar muito menos, às vezes.
O giz é pó. Basta uma chuva miudinha para o levar ou desbotar... por vezes temos que voltar a escrever..
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