Ainda me recordo da primeira vez que o conselho de administração lá de casa teve de se reunir para deliberar, se o mais novo rebento poderia eventualmente, sair à noite (devidamente acompanhada pelo primo mais velho).
Foram semanas de debate e ponderações, que resultaram numa, vitória do sim por uns míseros 50.1%, a mãe terminou o debate com: Vasco, estou farta que mandes a miúda vir ter comigo para saber se pode sair, vai e pronto!!!
E assim foi, dia 11 de Setembro de 1992 eu e a minha companheira de tantas outras aventuras prontas para o que seria a primeira saída à noite. Estava aberta a época das noitadas.
Mas a vida nem sempre corre como queremos, e claro que está, a saída autorizada foi apenas uma vez sem exemplo e a filha e neta única estava condenada a passar o resto da sua adolescência em casa...a ouvir a melhor amiga a dizer que não fazia mal que quando tivéssemos 18 anos logo saíamos.... será???
.....Pois não foi bem assim!, não se pode esperar tanto conformismo de duas criaturas de 14 anos, berrámos esperneámos, chorámos e implorámos, mas não havia maneira de termos ordem de saída.
Assim, e debaixo de uma tranquilidade quase maquiavélica e depois de tantos nãos, elaborámos um plano. Pouco depois de jantar, recolhíamos ao quarto, vestíamos os respectivos pijamas, e regressávamos à sala, no percurso quarto-sala, (e uma vez que o nosso quarto era fora da casa) deixávamos uma mochila cheia de roupa, no pinhal ao lado da casa.
Por volta da meia-noite quando começava a dar o "Parabéns" (um programa de sábado à noite apresentado pelo Herman José) despedíamo-nos de toda a gente e íamos para o quarto...
Toda a gente deitada a ver televisão, um frio de rachar, estava na hora!! Saltávamos a janela, atravessávamos o quintal, saltávamos o portão, troçávamos de roupa no pinhal e pronto, já só um quilómetro e meio nos separava de mais uma noite. Muito nervoso miúdo, muita corrida no pinhal, muito, muito medo, muito álcool, muito sacrifício para juntar dinheiro durante a semana, e muita mais amigas se juntaram ao grupo, e de fim de semana em fim de semana....a minha casa de Sintra tornou-se o paraíso das fugas noturnas e não imaginam as histórias que ficam para contar....
Isto durou dois anos....até que finalmente conseguimos licença para sair até às duas da manhã, como já estão a prever, não será necessário explicar que apesar de cumprirmos o horário das duas da manhã, depois de picado o ponto saíamos logo de seguida.....salta a janela, o portão....e mais um quilometro e meio, mas nesta altura já com ajuda de alguns cúmplices na fuga devidamente motorizados.....
Nunca fomos apanhadas, e já lá vão 14 anos, honestamente espero que os meus pais (como leitores), não venham tão depressa ler o blog da filhinha, ou vamos ter muitas histórias para contar na mesa de Natal.....
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
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12 comentários:
Num segundo andar com quase sete metros de altura era muito perigoso fugir.
Mas de uma forma ou de outro, isso é algo que atravessa muitas idades. indaga, como quem não quer a coisa, junto dos teus pais e avó. Ah, e prepara-te para as mais espatafúrdias respostas.
Confesso que acho espantoso nunca terem sido apanhadas...
Que delicia de audácia...
Que miséria. Eu que nunca tive restrições desse tipo ficava sossegadamente em casa... dá Deus nozes a quem não tem dentes, não é?
Engraçado nós escondíamos no canavial um saco com o fato treino e chegávamos a casa por voltas das 8h00 (muito transpiradas) a dizer que tínhamos ido correr...
Felizmente eu já tenho tudo em prato limpos com os progenitores e agora dão deliciosas histórias de serão...
(um sorriso enorme)
Vodka e Valium 10 Talvez sim , talvez não...aliás espero que não..
Vejo que já resolveste o teu problema de comentários...:)
rspiffÉ o que consta de facto....
Ikki e as hitórias que ficam por contar...
Ana Oliveira Por essas e por outras é que eu não desenho como tu...hi hi hi...
kolmLOL é o que eu digo...linhas aparalelas, nunca te encontrei pelos pinhais pois não?, e das vezes que te encontrei à noite, tinhas um ar muito credivél de quem tinha toda a autorização do mundo...mal eu sabia...
já eu, era sempre apanhada, por mais pequeno que fosse o desaire.
mas quando digo sempre, é sempre mesmo.. SEMPRE!! :/
Falta de cuidado ou muito muito azar.....
ahahaha
e íam para onde ?? Concha ???
ehehhehe
Ha ah ah aha
Por acaso não
lololololol
Iamos para o Quivuvi.....lololo
E são estas aventuras que enchem a vida de histórias para mais tarde contar...Mas sabes que ainda hoje me questiono qual foi a idade certa para sair?Porque antes não podia sair, porque era muito nova...e depois, até hoje,ja sou "grande" demais:P
Beijitos!!!(nuchaz)
De facto a mim acontece-me o mesmo lolo
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