Ontem cheguei a casa, despi a roupa de duende e deitei-me, mas o sono não veio, o coração não quis falar com ele, estava agitado·
Explica-me!!, dizia ele, explica-me como se apaga uma emoção que nunca chegou a ser o que era!!.
Tentei acalma-lo, dizendo que o que importa são as recordações que ficam, e o que se sente, mas a agitação, não parava, nem o Palma no ouvido o sossegava·
Levantei-me, tirei o casaco de duende de trás da porta e estendi-o na cama, tirei o coração com cuidado do peito, e aconcheguei-o no tecido familiar. Chorava baixinho, cantei-lhe canções de embalar e de aquecer, e foi devagarinho ficando em silêncio.
Fiquei ali deitada ao seu lado, quando dei por mim, já o sol nascia na janela. Ele cansado, com os olhos e as artérias inchadas, descansava das suas dúvidas, no descanso das lágrimas.
Decidi então, que hoje não o iria trazer comigo, precisava de descanso. Lá ficou embrulhado no casaco de duende. Antes de eu sair de casa, pediu-me um poema, daqueles que ele sabia de ouvido, sorri, prometi que quando voltasse lhe levava um, e ele prometeu que se ia portar bem.
Vai ser um dia longo.
Quando entrei no carro tinha os ouvidos a perguntarem-me quando ia precisar deles novamente, e as mãos vazias e geladas na falta da ansiedade de esperar por alguém.
sexta-feira, 8 de setembro de 2006
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8 comentários:
não tenho nada a dizer, a não ser: gosto de te ler.
gosto dessa ingenuidade provocada, fazes-me rir!
beij*
:) Pois também o coração necessita do desconhecido... acalma-o com o desafio da (re)descoberta...
Só para dizer que adorei o post!!! Passarei por cá mais vezes!!!
Gostei...muito.....
Identifiquei-me tanto
obrigado
Muito obrigada...eu digo-lhe que gostaram..:)
A resposta é longa...
Segue por outros meios...
miak: Fiquei a pensar nisso..
desafio no meu blog! :)
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